quarta-feira, 9 de março de 2011

Hoje


Hoje o dia clareou cinza, com pedaços de neve no chão e gotículas de sangue nas janelas empoeiradas. 
Hoje o mar parou para contemplar o céu carregado de dor, suas ondas, envergonhadas, calaram-se, uma a uma. 
Hoje as flores do campo sentiram-se só, e ninguém evitou pisotea-las. 
Hoje o vento soprou de uma maneira diferente, causando um som alto, agudo; um choro doloroso. 
Hoje olhos não se encontraram, mas se perderam, caminhos foram desviados; e ninguém mais se encontrou, em nenhuma trilha guiada, em nenhum chalé perdido. 
Hoje passos foram ouvidos, sombras foram vistas dançando, e nenhuma delas parecia feliz. 
Hoje minha voz calou meu silêncio, com lágrimas de desesperança.

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